terça-feira, 26 de novembro de 2013

Não há guito! A prenda eleita pelos Portugueses para este Natal!


Pois é, aproxima-se a quadra de eleição do nosso povo, seja por impulsos consumistas (refreadíssimos!), por solidariedade (potenciadíssima!) ou apenas para cumprir a tradição já contemporânea de tentar passar alguma alegria a entes queridos, a verdade é que este ano, a maioria da nossa população seguirá o impulso “troikista” de oferecer sorrisos e depois “desenrasca-te e deixa-me dar uma voltinha com a tua prenda quando a conseguires arranjar” aos seus mais amados!

Pareceu-me uma analogia com piada, só isso! Os credores são nossos amigos!

Nós amamos, queremos bem, ajudamos e valorizamos sobremaneira os nossos, mas não há guito! Alguns, até, esfalfaram-se para cumprir objetivos e aumentaram a produção, mas não há guito! Outros pouparam, contiveram-se, priorizaram, mas não há guito! Houve ainda os que saltaram, correram, bradaram, escarafuncharam, mas não há guito!
Para 90% da malta, não há guito e desceu ou desapareceu o abono de família, a pensão, a remuneração, o amigo com dinheiro, o vizinho altruísta, o familiar que está bem na vida, a motivação, o encanto, a simpatia, o ser humano caridoso, o patrão benemérito, a alma esperançosa e o espírito Natalício!

Não, não, não, o espírito natalício não, este, não deixarão morrer!

Neste contexto e com o intuito de ajudar a inovar sem deixar de agradar, aqui ficam algumas alternativas para as prendas que podem oferecer este Natal:

  • Pilhas para a “autoprenda” (como a foto indica, mas sem exageros por causa do ambiente!);
  • Sexo despretensioso de curta duração (de preferência em local público, arejado e grátis!);
  • Cenas do Chinês (qualquer cena, desde que dure uma noite e esteja dentro do orçamento 2014!);
  • Um desenho do vosso mais novo/a, cheio de carinho (independentemente do conteúdo e da forma!);
  • Vouchers de “1 hora de atenção” (incluindo aconselhamento e reprimendas gratuitas!) ou de “meia hora de atenção” (em total silêncio!);
  • Desconto em “cartão de prenda recebida em anos anteriores e que pode ser reutilizado para embalar o livro antigo que nunca ninguém leu mas que está em ótimo estado de conservação, é um clássico e que todos saberão que não é novo, mas não há guito!”;
  • Visita solidária ao Centro Comercial (com partilha de sentimento de autocomiseração e inveja do pessoal que lá trabalha e tem emprego!);
  • Balões cheios com ar de hálito de uma refeição imperial (tens de os adquirir – no chinês – fazer-te acompanhar dos mesmos e criar a prenda, na eventualidade de aparecer uma refeição referenciada!);
  • Um funcionário público (ajudas no corte da despesa e há espécimes que dão excelentes “bibelots” – quanto mais alto o cargo ocupado melhor será a adaptação!);
  •  Pão seco (ou broa ou regueifa ou o cacete!);

Vá, não precisam agradecer, ide para dentro que tá frio e bom Natal!


Zeca

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Vaca, o Filho da Puta e os Cabrões.

Boa tarde! Peço desculpa pelo “linguajar vadio”, o que eu queria escrever era: a Dama, o Exmo. Senhor e os Digníssimos Senhorios, mas como bom Português, povo de brandos costumes (que me perdoe o Fernão Mendes Pinto), o uso de impropérios é o único meio de enfatizar com a conotação verdadeira o sentimento que me substitui o Patriotismo!

Aviso prévio:

Se não consegue ler impropérios, se é sensível a histórias macabras de injustiça relacionadas com o estado da nação, então, até logo e um abraço!

Ora, para simplificar a história, começo por apresentar os principais intervenientes:


  • A Vaca - Justiça;
  • O Filho da Puta – Estado;
  • Os Cabrões – Direção Geral das Finanças.

No remoto ano do Senhor de 2006, aquando da aquisição do meu imóvel habitacional (…se arrependimento matasse! Porque de meu não tem nada, é antes 3 vezes do Banco…) uma ratazana apoderou-se indevidamente dos meus documentos (e de outros incautos, crentes em Deus e honestos indivíduos) para, através de uma rede organizada de criminosos levar a cabo uma burla, que consistiu em roubar carros nos estrangeiro, coloca-los à venda num Stand português e com igual conivência, através de uma Instituição de Crédito e dos documentos forjados, legalizá-los e tornar a vende-los a terceiros imprevidentes! Fica o aviso…

Claro está, conforme consta nos autos, que adquiri um Mercedes que “…Não sou, nem nunca fui proprietário do veículo…” sendo que o mesmo “…foi comprado por outras pessoas, através da utilização abusiva de documentos que me pertenciam, sem o meu conhecimento e consentimento, estando a decorrer o processo em tribunal desde 2010…”, o tempo que demorou à PJ para apanhar os gatunos, acrescido do tempo que demorou o ministério público para começar o processo (4 anos). Posteriormente, o processo decorre há já mais 3 anos, eu fui a tribunal como testemunha uma vez, disse de minha justiça e apontei os criminosos (que, aliás, para além dos seus familiares presentes, eram as pessoas presentes em tribunal com a elevação que mais indica inocência, o CARALHO!) e ando numa correria desenfreada a tentar resolver a questão ao longo destes inúmeros anos!

Pois agora, recebi uma carta registada, para pagar de uma só vez o que tenho evitado nos últimos anos, com muito trabalho, custos e paciência: O IUC (Imposto Único de Circulação) de um carro que nunca vi e que o próprio tribunal não me consegue dizer qual o seu paradeiro!!! Seguindo o conselho de quem entende destes imbróglios, para não dizer merdas judiciais, vou ter de pagar e tentar mais tarde ser ressarcido, com juros, dos custos.

Ora, não sei se repararam, mas os Cabrões que recebem o seu dinheiro de todos nós, terão num futuro longínquo, se a Vaca se mexer e tornar a dar leite, de me ressarcir, depois de cumprirem injustamente as premissas que o Filho da Puta impõe, enquanto eu me fodo!

Não era mais simples e melhor para todos, desbloquear compadrios e subserviências, descomplicar burocracias, elevar a moral, brio e ética de algumas profissões? Não, claro que não! É o país que temos! São as gentes que temos! Dizem…

Quero ainda acrescentar, para tomarem cuidado por onde pisam, que neste processo lidei igualmente com total desencanto e ineficiência com:

  • Os Morre ao Sol – CRA (Conservatória do Registo Automóvel);
  • Os Paraplégicos – DRMTN (Direção Regional de Mobilidade e Transportes do Norte);
  • Os Inválidos – IMTT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P.);
  • Os Estéreis – DSIMT (Direção de Serviços do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, do Imposto de Selo, do Imposto Único de Circulação e das Contribuições Especiais);
  • Os Cabrestinhos – Serviços Locais de Finanças;
  • Os Improfícuos – DSIECIV e ATA (Direção de Serviços dos Impostos Especiais de Consumo e do Imposto sobre Veículos e Autoridade Tributária e Aduaneira);

Conclusão, neste país de brandos costumes, alguém honesto e cumpridor dos seus deveres contributivos, que recebe emails para solicitação de faturas a fornecedores de serviços, para combater a economia paralela (!), de alguns Cabrões que sem nenhuma moral, cumprindo instruções de um Filho da Puta que apregoa equidade fiscal, tem de lidar com os Morre ao Sol, os Paraplégicos, os Inválidos, os Estéreis, os Cabrestinhos e os Improfícuos para, sem sucesso, ficar à espera de uma Vaca parada!

Logo, apraz-me vociferar: Que se FODAM os opróbrios da Vaca, do Filho da Puta e dos Cabrões!

E tu? Como estás?

Zeca