Chega
a ser inconcebível, diria mesmo o escambau a quatro!
Digamos
que as finais europeias do benfica se podem comparar a uma greve geral – o país
inteiro pára e no fim fica pior! (denote-se que o acento agudo na palavra “para”
foi abolido, tipo as conquistas europeias dos “enchidos”, pelo menos, durante 53 anos!)
No
entanto, a cobertura mediática permanece (como nas greves) acompanhando o
embarque, a viagem de avião ou a chegada dos derrotados e entrevistando todo e
qualquer desiludido simpatizante que detém a explicação plausível para o
sucedido: fomos melhores!
E é
mau para o país e para os adeptos! Explico-me: Na passada quarta-feira, se os “enchidos” tivessem ganho, o país inteiro
sairia para festejar, tínhamos notícias de festa para dois meses e eu poder-me-ia
ter deitado cedo! Assim, permaneci até perto das quatro da manhã a fazer a
revisão de todos os 50 programas abrangentes que abarcaram a disputa europeia,
permanecendo solidário e forte na união que assolava os meus compatriotas,
tentando absorver alguma da tristeza e compartilhando a dor da maldição. (A minha
escrita piorou, ainda mais, pela falta de sono!)
Se
servir de consolo, penso que há um tal de Beto que é de Loures (ali ao lado)
que em quatro anos conquistou duas taças europeias iguais às almejadas pelos “enchidos”!
Dizem
os críticos entendidos que isto da emoção desportiva por paixão futebolística dá
azo a piadas fáceis, bairrismos desmedidos e separatismos de alma, já eu e
porque é igual de parte a parte (como aquilo dos telhados de vidro) opto por
não perder o ensejo de naufragar na risota de cada insucesso impArdoável do meu rival.
Por
falar em risota, vou ali beber um fino de penálti
com alguns amigos “enchidos” apenas
com um campeonato e três taças da cerveja, para já, num período equivalente ao das
conquistas europeias do rapaz de Loures…
(“Ah
e tal, ficam felizes por um tipo que também os eliminou nos ter ganho…” - Não,
Srs. “enchidos”, não é por ele vos
ter ganho, é por vocês terem perdido!)
Como
disse o meu amigo Ludwig (Beethoven): “Tocar uma nota errada é insignificante.
Tocar sem paixão é impArdoável.”
Zeca
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